|  |  |  | Desejo, da nobel Elfriede Jelinek, chega ao Brasil pelo  Tordesilhas 
                  
                    |  | Em 2011, o selo publicou, da mesma autora, A pianista,  romance que se tornou filme pela lente do austriaco Michael Haneke. |  |  
 Herdeira de uma tradição literária de contestadores  desconcertantes, emergida no período entreguerras, a austríaca Elfriede Jelinek  conquistou reconhecimento internacional em 2004, ao ser agraciada com o Nobel  de Literatura. A escritora foi reverenciada por “seu  fluxo musical de vozes e contravozes em romances e peças de teatro que, com  cuidado linguístico extraordinário, revelam o absurdo que são os clichês  sociais e seu poder de subjugar”. Em Desejo, publicado no Brasil pelo  selo Tordesilhas, a autora constrói uma  narrativa usando estruturas inovadoras, jogos de palavras inusitados e  associações ousadas, mantendo o trabalho artesanal com a linguagem e a crítica  aguda a uma sociedade que vivencia uma crise de valores e referenciais sem  precedentes.  Romance de conteúdo pornográfico – ainda  que não erótico –, Desejo  aborda as  estruturas de poder que configuram as relações pessoais e sociais,  enfatizando-se as de dominação de gênero. A crítica à sociedade patriarcal e  sexista apresenta-se em manifestações tanto físicas quanto linguísticas.  Impulsos sexuais obsessivos em tempos desumanos Hermann,  diretor de uma fábrica de papel, não se envolve em relações extraconjugais por  medo de contrair uma doença sexualmente transmissível. Concentra, então, seus  impulsos sexuais obsessivos na mulher, Gerti, a quem reduz a um instrumento  para a obtenção de seu próprio prazer. Apesar de resignada e submissa, Gerti  apaixona-se pelo estudante Michael, que também se revela outra figura de  dominação e humilhação em sua vida. O filho de Gerti e Hermann, ainda uma  criança, testemunha com certa  curiosidade perversa os abusos sexuais sofridos pela mãe e também se encontra sob  o jugo controlador do pai, por quem é tratado como presa, revidando ao mundo com violência e  saboreando a inveja das crianças pobres do bairro. A partir dessa família, cuja  imagem exterior é de perfeição, a autora evidencia a crise de uma sociedade que  perdeu sua dimensão humana.  Esta edição é a primeira tradução do  título em português e o segundo livro da autora no Brasil – o primeiro, A pianista, foi publicado pelo  Tordesilhas em 2011. Além do texto, traz uma nota preliminar do tradutor  Marcelo Rondinelli, e um posfácio escrito por Luis Krausz, autor de, entre  outros títulos, Desterro:  memórias em ruínas (Tordesilhas,  2011), tradutor de A pianista e professor de Literatura Hebraica e  Judaica na Universidade de São Paulo. Crítica“Desejo, de Elfirede Jelinek, é um  olhar inexorável às sombriascorrespondências entre casamento, capitalismo e  sexo. Cada frase lança uma verdade tão mordaz que é difícil lê-lo em altas  doses. Uma escritora quase inacreditavelmente confrontadora e brusca, Jelinek  desafia seu leitor a estremecer e fugir dessas páginas; é uma prova de sua  habilidade mágica de fazer com que isso não seja possível... tão áspero e  absolutamente honesto quanto Money, de Martin Amis.” – VoiceLiterarySupplement
 “Jelinek escreve com sangue.” – The  Canberra Times “Extraordinariamente bem escrito, com  várias passagens brilhantes, Desejo permanece em minha lembrança como o romance  europeu mais desconcertante que li este ano.” – New Statesman “Um livro violento e extraordinário...  Desejo é a revelação do sexo – todo ‘inocência e privacidade’ – como poder.” –  The Observer“Em Desejo é possível ouvir o machado  caindo. Não é de se estranhar que cada página machuque.” – Guardian
 “Com sua consciência feminista a  respeito do significado do subtexto, isto é, do real significado escondido nas  palavras, Jelinek pretende, em sua própria maneira, criar um espaço linguístico  feito por e para mulheres e levá-las a refletir sobre a estrutura de poder na  sociedade.” – Nobelprize.org “Os textos de Jelinek são um evento  linguístico.” – Christina Weiss, ministra da Cultura da Alemanha, em 2004.
 
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 Sobre a autora
 Elfriede Jelinek nasceu em  Mürzzuschlag, Áustria, em 1946. Formada em música pelo Conservatório de Viena,  dramaturga, poeta e ficcionista, obteve reconhecimento internacional ao ser  agraciada com o Nobel de literatura, em 2004. Antes disso, já havia ganhado  importantes prêmios, como o Heinrich Böll, em 1986, pela contribuição à literatura  alemã, e o prestigiado Georg Büchner, em 1998, além de ter recebido quatro  vezes o MülheimerDramatists. Desejo é  seu segundo livro publicado no Brasil, precedido por A pianista (Tordesilhas, 2011).
 Sobre o TordesilhasRevisitando os clássicos  com criatividade, lançando autores consagrados de tradições literárias pouco ou  nada conhecidas por aqui, buscando novos talentos, disponibilizando literatura  de entretenimento sem perder de vista a qualidade, o TORDESILHAS oferece um  catálogo nada convencional e persegue o apuro na produção de seus livros,  aparatando as edições, fixando textos com rigor, convidando especialistas e  tradutores renomados. Seu compromisso é com a sensibilidade curiosa e  investigativa. 
 
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