Filosofar e beber: eis a questão!

Em Filosofia de botequim – 48 questões filosóficas para acompanhar sua cerveja, professor une paradoxos existenciais ao prazer de apreciar boas cervejas e sugere leitura estimulante e enriquecedora.

O que vai melhor com uma questão filosófica do que um bom copo de cerveja? Para o professor e escritor Matt Lawrence a combinação é perfeita e o inspirou a escrever o livro Filosofia de botequim – 48 questões filosóficas para acompanhar sua cerveja, lançado, no Brasil, pela Editora Alaúde. Neste livro, Lawrence une os dois prazeres – cerveja e filosofia – e, através de um texto que consegue ser divertido e sério ao mesmo tempo,  convida o leitor a descobrir mais sobre os dois assuntos.

Professor de filosofia do Long Beach City College, na Califórnia, o autor explica que a ideia do livro é proporcionar ao leitor a experiência de examinar cada problema filosófico num espaço de tempo não maior do que aquele que alguém levaria para beber um bom copo de cerveja. Por isso, além de reunir suas reflexões e excelentes referências bibliográficas, Lawrence enriquece o livro com uma seleção de 48 cervejas especiais cuidadosamente escolhidas para acompanhar cada uma das discussões propostas.

Sobre o critério de escolha dos 48 problemas filosóficos contidos no livro, o autor esclarece que selecionou os de maior perplexidade, alinhados ao propósito de levar à mesa assuntos que rendam boas conversas. Como todo bom contador de histórias, Lawrence valeu-se da liberdade poética para enriquecer suas divagações, sem deixar de lado o cerne da questão filosófica, sempre estimulando o leitor a continuar suas  digressões com a indicação de livros para aprofundar o estudo do tema.
Já a escolha das 48 cervejas que acompanham as questões filosóficas foi inspirada pelos textos, resultando em uma combinação interessante e divertida. Para o capítulo “A borboleta de Chuang-Tsé”, por exemplo, que nos estimula a debater se a vida não passa de um sonho, o professor sugere a Oak Aged Yetti, fabricada pela cervejaria americana Great Divide. O motivo? A cerveja é preparada com uma infusão de café expresso bem forte. Ou seja, excelente pedida para manter bem despertos todos os envolvidos na discussão iniciada pelo filósofo chinês há milhares de anos.

No fim de cada capítulo, o leitor encontrará um espaço para anotar suas impressões sobre as bebidas sugeridas pelo autor, a maioria encontrada em importadoras de bebidas. Para a edição brasileira de Filosofia de botequim, a Editora Alaúde convidou o sommelier de cervejas Alessandro Pinesso para redigir um anexo sobre cervejas brasileiras. Foram escolhidos 12 rótulos que alinham qualidade, criatividade e diversidade. Há indicações de cervejarias do Amazonas, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, cujas receitas levam, além do malte e do lúpulo, pitadas originais de ingredientes regionais, como rapadura, jabuticaba, abricó e cajá. Para tornar a leitura ainda mais envolvente, o livro traz um glossário com os principais termos cervejeiros e fislosóficos contidos na obra.

Através de Filosofia de botequim – 48 questões filosóficas para acompanhar sua cerveja, o público é estimulado a degustar com vagar e atenção cervejas excepcionais, ao mesmo tempo em que aprofunda seu conhecimento em questões filosóficas fundamentais, propostas por grandes pensadores da história. Como bem recomenda o autor, com a cerveja e o livro nas mãos, caberá ao leitor beber com moderação e pensar em excesso.