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Cidade sagrada para três grandes religiões é tema central do vertiginoso livro do americano James Carroll que chega ao Brasil pela Cultrix.
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Autor traça a história de “violência sagrada”, em uma cidade tida como sede da presença de Deus no mundo e amplamente conhecida como “cidade da paz”, mas que, em verdade, é o palco central da violência religiosa e de lutas constantes pela posse da cidade.
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A cidade santa, como é mundialmente conhecida, é tema central do novo livro do americano James Carroll, Jerusalém, Jerusalém, que chega ao Brasil pela Editora Cultrix em fevereiro.
Elogiado pela crítica e considerado um dos escritores mais versáteis atualmente, Carroll, que é autor de dez romances e sete obras de não-ficção, traça no livro um paralelo entre como religião e violência foram indissociáveis das suas origens, na pré-história e como esta associação afeta o cenário mundial até hoje. O autor narra a história de “violência sagrada”, em uma cidade tida como sede da presença de Deus no mundo e amplamente conhecida como “cidade da paz”, mas que, em verdade, é o palco central da violência religiosa, disputas territoriais que envolvem questões políticas e guerras pela disputa de territórios.
Premiado
Com uma narrativa vertiginosa, erudita, porém escrita de maneira acessível a não especialistas, o livro, que dedica um capítulo a notas e apresenta extensa bibliografia, ganhou medalha de ouro pela ForeWord Reviews - revista norte-americana distribuída a bibliotecários e livreiros. O estilo leve e literário, permeado por amplos conhecimentos nas áreas de história, paleoantropologia, geografia, relações internacionais e ciência política, a tornam obra de referência, que atrai tanto o público acadêmico quanto interessados no tema.
O texto entrelaça ricamente as linhas judaica, cristã e mulçumana, ilustra as guerras santas dos Cavaleiros Templários e mostra como Cristóvão Colombo levou sua visão de mundo sobre Jerusalém para o Ocidente. Enfim, mostra como por cerca de dois mil anos, a cidade foi tomada como espaço geográfico para uma série de tranformações e sofreu reflexos de marcos como o Império Romano, o Renascimento, as Cruzadas, a Segunda Guerra Mundial.
Ordenado sacerdote em 1969, no auge da guerra do Vietnã, Carroll cresceu durante a guerra fria, à sombra do pentágono, onde seu pai liderou a agência de defesa inteligente. Evoluiu como um católico, mas chegou a encarar a religião "essencialmente como um ato de autocrítica”. Hoje, diz que escrever sobre religião e a violência o deixa esperançoso de que a atual batalha por Jerusalém, entre israelenses e palestinos, possa ser solucionada. É categórico ao dizer que está em nossas mãos repudiar a violência. Questionado se suas crenças fazem dele um pacifista, Carroll responde com ironia: "Eu gostaria de pensar em mim como um homem de paz”.
Cidade sagrada
Localizada nas montanhas da Judeia, entre o mar Mediterrâneo e o mar Morto, Jerusalém que fica no coração de Israel, compartilha uma história milenar e locais sagrados que geram disputas e conflitos com as três maiores religiões monoteístas do mundo: o judaísmo, o islamismo e o cristianismo.
Palco do encontro da religião e cultura, tradicionalismo e modernismo, a cidade de Jerusalém acumula três mil anos de história - uma trajetória que data do IV milênio a.C. Abriga numerosos pontos históricos e inúmeros santuários que recebem peregrinos de todo o mundo. Ao mesmo tempo, é marcada por uma violência aparentemente inevitável que irrompe, através de guerras, uma fé particular com outra e de exclusão. Ainda hoje, a cidade permanece no centro das disputas e reivindicações territoriais. Atualmente, os palestinos procuram convencer autoridades a apoiarem sua luta pela posse de terras. Segundo a OLP (Organização para Libertação Palestina) as reivindicações incluem também a cidade sagrada e as guerras pela posse das terras já duram milhares de anos. |
Sobre o autor
James Carroll vive em Boston há mais de 40 anos. Mora com sua esposa, a romancista Alexandra Marshall e tem dois filhos já adultos. Sua filha é professora e seu filho um aspirante a ator. Carroll revela que seu lar adotivo foi cenário para seu primeiro romance, “1978’s Mortal Friend”. Tem uma editora, a Houghton Mifflin Harcourt e por mais de 20 anos ele escreveu para uma coluna semanal no jornal Boston Globe.
Sobre o Grupo Editorial Pensamento
O Grupo Editorial Pensamento, reconhecido pelo pioneirismo e inovação na seleção de temas e títulos para publicação, nasceu em 1907 com a criação da Editora Pensamento. Seus livros têm influenciado várias gerações ao abordar temas como espiritualidade, autoajuda, esoterismo e saúde. Em 1956, foi fundada a Editora Cultrix, com o objetivo de lançar títulos voltados para a área de ciências sociais e humanas, especialmente literatura, linguística, sociologia, psicologia, administração e marketing. Hoje, figura entre as editoras que mais contribuem para o fortalecimento de uma cultura voltada à sustentabilidade. Em 2009, foi adquirida a Editora Seoman, que publica livros nas áreas de biografias, moda e cultura pop. Em 2011, com o objetivo de alcançar novos espaços e ampliar o público leitor, o Grupo Editorial Pensamento lança o selo Jangada, com títulos nas áreas de ficção fantástica e histórica. |